O AUTO-APRIMORAMENTO

Muitas pessoas adentram às casas espíritas, como nós mesmos à uns vinte anos atrás, em busca de algo que lhes preenchesse um vazio interior ou então de algum benefício material.

Nos deparamos então com algo maravilhoso, que a tudo nos responde e esclarece, que nos exorta à melhoria íntima, que nos possibilita praticar a caridade em diversas modalidades, de acordo com aquilo que mais nos afinamos. A Doutrina Espírita.

Verdadeira Cascata de Luz a nos abrir a mente para novas perspectivas, estimulando a Fé raciocinada e o Amor incondicional ao próximo como a nós mesmos.

Mas de repente, após alguns anos, ao fazermos uma análise mais profunda de nós mesmos, não raro ante uma das inúmeras provas que a Sabedoria Universal nos envia, perplexos percebemos que nada ou quase nada em nós se modificou além do conhecimento muitas vezes profundo dos princípios doutrinários e/ou dos textos evangélicos.

Aonde o erro, onde a falha se muitas vezes freqüentávamos o “Centro” diariamente a custa muitas vezes de compromissos outros? Se participávamos de inúmeras tarefas assistênciais , de reuniões públicas e privativas e/ou divulgávamos a Doutrina e o Evangelho através da palavra oral ou escrita?

O erro está em nós mesmos. Jesus disse: “Conhecereis a Verdade e ela vós libertará” e “O Reino de Deus está dentro de vós”, não num templo de pedra. A Casa Espírita cumpre fielmente o seu papel, nos descortinando a Verdade, mas não é a nossa permanência na mesma ou nas tarefas que redundará em nossa Reforma Íntima.

Para tanto teremos de fazer uma verdadeira “Cirurgia Moral” aonde o bisturi é o Evangelho e o cirurgião somos nós mesmos. Esta cirurgia é pessoal e intransferível, só nós a podemos realizar de posse de todas as possibilidades adquiridas nos estudos e tarefas realizadas.

Temos que assumir nossos vícios e defeitos e lutar diariamente para eliminá-los ou pelo menos diminui-los, substituindo-os por virtudes que ainda não possuímos. Esta prática deverá ser contínua e permanente e independe de freqüentarmos ou não qualquer culto religioso.

Sem esta tão falada Reforma Íntima, tudo não passará de teoria, pois sem a Vivência Cristã no dia a dia, fatalmente sucumbiremos ante nossas provas, que chegarão a qualquer momento.

Todos nós temos que desenvolver nosso programa próprio, individual de Reforma Íntima, procurando viver o “Faça ao próximo o que gostaria que lhe fizessem”, pois sem isso estaremos apesar de todo o cabedal de conhecimentos evangélico/doutrinário com os pés atolados na lama das nossas deficiências morais, impedidos de alçar vôos mais altos rumo às verdadeiras e almejadas conquistas Espirituais.

Maikel Santos